quinta-feira, 26 de julho de 2012

Evitar a Garganta do Diabo



Vivemos cercados de perigos, mas temos o arbítrio para escolher seguir o Salvador. Sempre será melhor permanecermos seguros ...Espero que gostem desse discurso.


Evitar a Garganta do Diabo

James E. Faust

Quando jovem, servi em uma missão no Brasil. Foi uma experiência magnífica. Uma das maravilhas do mundo que se encontra naquele grande país são as Cataratas do Iguaçu. Na estação da cheia, o volume de água daquelas quedas é o maior do mundo. Uma parte das cataratas, onde o ímpeto das águas é maior, chama-se Garganta do Diabo.
Há muitos anos, havia barqueiros imprudentes que levavam passageiros em canoas até umas rochas onde ficavam de pé para olhar para dentro da Garganta do Diabo. Acima das cataratas, as águas geralmente são calmas, a correnteza não é forte e o ambiente é muito tranqüilo. Somente o estrondo das águas abaixo nos avisa do perigo que nos aguarda poucos metros à frente. Uma correnteza súbita e inesperada pode arrastar o barco até as corredeiras, empurrando-o até as quedas para dentro da Garganta do Diabo. Aqueles que eram tolos a ponto de sair do barco e subir naquelas traiçoeiras rochas molhadas podiam facilmente escorregar e ser arrastados pelas corredeiras para o abismo.
Alguns de vocês se consideram muito ousados e não recuam diante de nenhum desafio. Mas algumas atividades irão arrastá-los para dentro da Garganta do Diabo. O único caminho seguro é permanecer bem longe do perigo. O Presidente George Albert Smith (1870–1951) advertiu enfaticamente: “Se você cruzar o limite para o lado do diabo, um centímetro que seja, estará sob o poder do tentador e, se ele for bem-sucedido, você não conseguirá pensar nem raciocinar devidamente, porque terá perdido o Espírito do Senhor”. [Sharing the Gospel with Others, Preston Nibley (org.) 1948, p. 43.]
Algumas das mensagens mais sedutoras de Satanás são: Todo mundo faz isso; se não prejudica ninguém, então está tudo bem; se você acha que não faz mal, então está tudo bem; é isso que está na moda. Satanás é o mestre da mentira. Seu disfarce é tão perfeito que fica difícil reconhecê-lo ou reconhecer seus métodos.
Vocês, jovens, precisarão tornar-se mais fortes espiritual e moralmente para resistir às tentações e armadilhas do mundo. Talvez seja por isso que espíritos tão especiais tenham sido reservados para esta época.
Vivemos em uma época difícil em que temos de permanecer firmes. Devemos prosseguir com fé e sem medo de nada, exceto de ficar perto de mais da Garganta do Diabo. Seremos fortalecidos e preservados se seguirmos a orientação do Presidente Gordon B. Hinckley, nosso profeta, vidente e revelador.



De um discurso da conferência geral de abril de 2003.



Discurso de Liahona de Setembro de 2005 ...
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segunda-feira, 23 de julho de 2012

Bom, Muito Bom, Excelente !


Eu lembro claramente de quando ouvi na conferência esse discurso, sem dúvida minha vida mudou após esse discurso.
Passei a avaliar melhor minhas escolhas, metas e prioridades. Buscar a excelência!



Bom, Muito Bom, Excelente

Dallin H. Oaks
Temos de renunciar a algumas coisas boas em prol de outras muito boas ou excelentes, pois elas desenvolvem a fé no Senhor Jesus Cristo e fortalecem a família.

A maioria de nós tem mais encargos do que é capaz de cumprir. Como provedores da família, como pais, líderes e membros da Igreja, deparamo-nos com inúmeras escolhas quanto ao uso do nosso tempo e de outros recursos.

I.

Devemos começar por reconhecer a realidade de que o mero fato de algo ser bom não quer dizer que tem que ser feito. O número de coisas boas que poderiam ser realizadas ultrapassa em muito o tempo disponível para sua execução. Algumas coisas são melhores, e são elas que merecem atenção prioritária em nossa vida.
Jesus ensinou esse princípio na casa de Marta. Enquanto ela estava “distraída em muitos serviços” (Lucas 10:40), sua irmã Maria, “assentando-se (…) aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra” (versículo 39). Quando Marta reclamou que sua irmã deixara todo o trabalho para ela, Jesus elogiou Marta por sua diligência (versículo 40), porém ensinou: “mas uma só [coisa] é necessária; E Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada” (versículos 41–42). Marta tinha motivos legítimos para ficar “ansiosa e afadigada com muitas coisas” (versículo 41), mas aprender o evangelho com o Mestre dos mestres era ainda mais “necessário”. Outras escrituras também ensinam que algumas coisas trazem mais bênçãos do que outras (ver Atos 20:35; Alma 32:14–15).
Com uma experiência da infância aprendi que algumas escolhas são boas, mas outras são melhores ainda. Vivi durante dois anos numa fazenda. Raramente íamos à cidade. Fazíamos as compras de Natal pelo catálogoRoebuck, da Sears. Eu passava horas mergulhado em suas páginas. Para as famílias da zona rural, naquela época, esse catálogo era como o shopping center ou a Internet, hoje em dia.
Um elemento da exposição das mercadorias do catálogo ficou gravado na minha mente. Havia três níveis de qualidade: bom, muito bom e excelente. Por exemplo, alguns sapatos masculinos figuravam como bons (1,84 dólares), outros como muito bons (2,98 dólares) e outros como excelentes(3,45 dólares). 1
Ao refletirmos sobre várias escolhas, convém lembrar que não basta que algo seja bom. Há outras escolhas melhores, muito boas, e outras melhores ainda, excelentes. Mesmo que determinada escolha seja mais difícil, caso o seu valor seja maior, isso a tornará a melhor de todas.
Pensem em como usamos nosso tempo nas escolhas que fazemos quanto a ver televisão, jogar videogames, navegar na Internet ou ler livros e revistas. Claro que é bom participar de diversões saudáveis ou obter informações interessantes; mas nem todas as coisas dessa natureza merecem a porção da nossa vida que lhes dedicamos. Algumas são melhores, e outras, melhores ainda. Quando o Senhor nos mandou buscar conhecimento, exortou-nos: “Nos melhores livros buscai palavras de sabedoria” (D&C 88:118, grifo do autor).

II.

Algumas das nossas escolhas mais importantes referem-se às atividades em família. Muitos chefes de família se preocupam porque sua atividade profissional lhes deixa com pouquíssimo tempo para a família. Não existe solução fácil para esse conflito de prioridades, mas não conheço nenhum homem que, ao fazer um retrospecto da vida profissional, tenha dito: “Não passei tempo suficiente no trabalho”.
Ao decidir a maneira de passar tempo em família, devemos ter o cuidado de não esgotar o tempo disponível com coisas meramente boas, e deixar pouco tempo para as coisas muito boas ou excelentes. Certo amigo meu fez nas férias de verão uma série de viagens com sua jovem família, incluindo visitas a locais históricos memoráveis. No final das férias, perguntou ao seu filho adolescente qual a atividade que mais lhe agradara. O pai aprendeu muito com a resposta, assim como todos aqueles que o ouviram contá-la: “Meu momento preferido das férias”, respondeu o menino, “foi a noite em que eu e o senhor nos deitamos na grama e conversamos olhando as estrelas”. Grandes atividades familiares podem ser boas para os filhos, mas nem sempre são melhores do que os momentos que um filho e um pai ou uma mãe cheios de amor passam a sós, um com o outro.
O tempo que os pais passariam com os filhos e que acaba sendo utilizado para atividades louváveis como aulas particulares, esportes coletivos e outros eventos escolares e extracurriculares também precisa ser regulado com cuidado; caso contrário, os filhos ficarão sobrecarregados e os pais, exaustos e frustrados. Os pais devem fazer o que for preciso para que haja tempo para a oração familiar, o estudo das escrituras em família, a noite familiar e outros momentos preciosos com toda a família e com cada filho individualmente, tempo para esses momentos que unem a família e ensinam os filhos a valorizar as coisas de importância eterna. Os pais devem ensinar as prioridades do evangelho por meio das atividades que realizam com os filhos.
Os especialistas em questões de família condenam o excesso de atividades para os filhos. As crianças e jovens desta geração estão muito mais ocupados, e a família passa menos tempo junta. Alguns índices dessa tendência inquietante são as estatísticas que revelam que o tempo despendido em atividades esportivas organizadas dobrou, mas o tempo livre das crianças sofreu uma redução semanal de 12 horas, e as atividades informais ao ar livre diminuíram 50 por cento. 2
O número de pessoas que afirmam jantar com a família inteira diminuiu 33 por cento. Isso é preocupante, pois o tempo que a família passa reunida, “fazendo as refeições em casa, [é] o fator preponderante para o bom desempenho escolar e o equilíbrio psicológico das crianças”. 3Também ficou demonstrado que as refeições em família contribuem bastante para evitar que os filhos fumem, consumam álcool e usem drogas. 4 Este conselho aos pais é sábio e inspirado: o que os seus filhos realmente querem no jantar é a sua presença.
O Presidente Gordon B. Hinckley exortou-nos: “Precisamos assumir nossa responsabilidade como pais, como se tudo na vida dependesse disso, porque, realmente, tudo na vida depende disso”. E continuou:
“Eu lhes peço, particularmente a vocês, homens, que façam uma pausa e avaliem-se como marido e pai e como o cabeça da família. Orem pedindo direção, ajuda, orientação e então sigam os sussurros do Espírito para guiarem-se na mais séria de todas as responsabilidades, pois as conseqüências de sua liderança no lar serão eternas e sem fim”. 5
A Primeira Presidência exortou os pais “a envidarem todos os esforços para ensinar e criar os filhos nos princípios do evangelho. (…) O lar é a base de uma vida reta e nenhum outro instrumento pode substituí-lo (…) nessa (…) responsabilidade conferida por Deus”. A Primeira Presidência declarou que “por melhores e mais louváveis que sejam outros encargos ou atividades, não se deve permitir que tomem o lugar dos deveres determinados por Deus e que só os pais e a família podem realizar a contento”. 6

III.

Os líderes da Igreja devem ter consciência de que as reuniões e atividades da Igreja podem tornar-se demasiado complexas e onerosas, caso a ala ou estaca tente levar os membros a fazerem tudo o que for bom e possível nos numerosos programas da Igreja. Nisso também é preciso traçar prioridades.
Os membros do Quórum dos Doze salientaram repetidas vezes a importância de usar de inspiração e discernimento quanto aos programas e atividades da Igreja. O Élder L. Tom Perry ensinou esse princípio na primeira reunião de treinamento mundial de liderança, em 2003. Ao aconselhar os mesmos líderes em 2004, o élder Richard G. Scott admoestou-os a “adaptar suas atividades para que sejam coerentes com suas condições e recursos locais. (…) Certifiquem-se de que as necessidades essenciais sejam atendidas, mas não exagerem na elaboração de tantas coisas boas que as essenciais deixem de ser cumpridas. (…) Lembrem-se, não aumentem o trabalho a ser realizado: simplifiquem-no”. 7
Ano passado, na conferência geral, o élder M. Russel Ballard alertou-nos para o desgaste dos relacionamentos familiares resultante do excesso de tempo despendido em atividades sem proveito e de pouco valor espiritual. Pediu que tivéssemos cuidado para não complicarmos nosso serviço na Igreja “com detalhes e embelezamentos que ocupam muito tempo, custam muito caro e demandam muita energia. (…) A instrução que recebemos de magnificar nosso chamado não é um mandamento de embelezá-lo e complicá-lo. Inovar não significa necessariamente expandir. Muito freqüentemente significa simplificar. (…) A coisa mais importante em nossas responsabilidades na Igreja”, ensinou ele, “não são as estatísticas dos relatórios nem as reuniões realizadas, mas, sim, que as pessoas, individualmente — de quem cuidamos uma a uma como o Salvador fazia — sejam elevadas e incentivadas e, por fim, transformadas”. 8
As presidências de estaca e bispados devem exercer sua autoridade para eliminar as coisas excessivas e ineficazes às vezes pedidas aos membros da estaca ou ala. Os programas da Igreja devem concentrar-se no que é excelente (mais eficaz) para atingir seu real propósito, sem tomar indevidamente o tempo necessário para as famílias cumprirem seus deveres “determinados por Deus”.
Agora, uma advertência para as famílias: Suponhamos que os líderes da Igreja reduzam o tempo empregado em reuniões e atividades da Igreja para permitir que a família passe mais tempo junta. Esse objetivo só será alcançado se os membros da família—sobretudo os pais—se empenharem ativamente para fortalecer a união familiar e despender mais tempo dando atenção exclusiva a cada membro da família. Os esportes coletivos e diversões modernas como os videogames e a Internet já tomam tempo demais das crianças e dos jovens. Navegar na Internet não é melhor do que servir ao Senhor ou fortalecer a família. Alguns rapazes e moças estão faltando às atividades da Igreja ou reduzindo o tempo em família a fim de participar de equipes de futebol ou dedicar-se a outros entretenimentos. Alguns jovens estão se divertindo até a morte—a morte espiritual.
Alguns usos do tempo individual e familiar são muito bons, e outros, excelentes. Temos de renunciar a algumas coisas boas em prol de outras muito boas ou excelentes, pois elas desenvolvem a fé no Senhor Jesus Cristo e fortalecem a família.

IV.

Estes são outros exemplos de escolhas entre o que é bom, o que é muito bom e o que é excelente:
é bom pertencer à Igreja verdadeira do Pai Celestial, obedecer aos Seus mandamentos e cumprir todos os nossos deveres; mas para ser ainda melhor, excelente, precisamos fazer isso com amor e sem arrogância. Nas palavras de um belo hino, precisamos “coroar o bem [que fazemos] com a fraternidade” 9 , dando amor e atenção a todos a quem influenciarmos ao longo da vida.
Para nossas centenas de milhares de mestres familiares e professoras visitantes, sugiro que visitar as famílias sob nossa responsabilidade ébom; fazer uma visita breve, na qual ensinemos doutrinas e princípios é melhor, é muito bom; mas fazer a diferença na vida de quem visitamos é melhor ainda, é excelente. Esse mesmo desafio se aplica às muitas reuniões que realizamos: fazer uma reunião é bom, ensinar um princípio é melhor, é muito bom, mas fazer uma reunião que mude a vida dos participantes é excelente!
O ano de 2008 se aproxima e, com ele, o novo programa de estudo nos quóruns do Sacerdócio de Melquisedeque e na Sociedade de Socorro, renovo nossa advertência relativa ao uso dos manuais de Ensinamentos dos Presidentes da Igreja. Muitos anos de trabalho inspirado culminaram com a produção do volume de 2008 com ensinamentos de Joseph Smith, o profeta fundador desta dispensação. É uma obra de destaque entre os livros da Igreja. No passado, alguns professores faziam apenas uma breve menção a um capítulo dos manuais de Ensinamentos e, em seguida, davam uma aula de sua própria escolha. Mesmo que a aula fosse boa, tal prática não é aceitável. Um professor do evangelho é chamado para ensinar o assunto especificado nos materiais inspirados fornecidos. A melhor coisa que um professor pode fazer com o manual Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith é escolher e citar as palavras do Profeta sobre princípios especialmente voltados às necessidades dos alunos e, depois, promover um debate com a classe sobre a maneira de cada um aplicá-los à própria vida — Isso é excelente.
Presto testemunho do Pai Celestial, do qual somos filhos e cujo plano visa nos preparar para a “vida eterna, (…) o maior de todos os dons de Deus” (D&C 14:7; ver também D&C 76:51–59). Presto testemunho de Jesus Cristo, cuja Expiação torna isso possível. E testifico que somos guiados por profetas, nosso Presidente Gordon B. Hinckley e seus conselheiros, em nome de Jesus Cristo. Amém.

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    Notas

  1.   1. 
    Sears, Roebuck and Co. Catalog, Fall and Winter 1944–1945, p. 316E.
  2.   2. 
    Jared R. Anderson e William J. Doherty, “Democratic Community Initiatives: The Case of Oversheduled Children”, Family Relations, volume 54, dezembro de 2005, p. 655.
  3.   3. 
    Anderson e Doherty, Family Relations, volume 54, p. 655.
  4.   4. 
    Ver Nancy Gibbs, “The Magic of the Family Meal”, Time, 12 de junho de 2006, pp. 51–52; ver também Sarah Jane Weaver, “Family Dinner”,Church News, 8 de setembro de 2007, p. 5.
  5.   5. 
    Ver “Uma Pessoa Melhor”, A Liahona, novembro de 2002, p. 100.
  6.   6. 
    Carta da Primeira Presidência, 11 de fevereiro de 1999; citada noChurch News, 27 de fevereiro de 1999, p. 3.
  7.   7. 
    “Base Doutrinária das Auxiliares”, Reunião Mundial de Treinamento de Liderança, 10 de janeiro de 2004, pp. 5, 8; ver também Ensign,agosto de 2005, pp. 62–67.
  8.   8. 
    “Oh! Sede Sábios!”, A Liahona, novembro de 2006 , pp. 18, 20.
  9.   9. 
    “America the Beautiful”, Hymns, nº 338.



    Discurso de Liahona de Novembro de 2007 ...

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domingo, 22 de julho de 2012

“Será que minha vida reflete o amor e a devoção que sinto pelo Salvador?”

Como é maravilhoso fazer visita de professora visitante.Minha querida companheira está viajando.Hoje visitei uma irmã tão especial e compartilhei essa mensagem que sempre que leio meus olhos enchem de água. Um discurso inspirador.



O Que Cristo Pensa de Mim?

Neil L. Andersen
Se O amarem, confiarem Nele, acreditarem Nele e O seguirem, vocês sentirão Seu amor e Sua aprovação.
Um repórter de uma importante revista do Brasil pesquisou a Igreja a fim de preparar a publicação de um artigo de destaque.1 Ele analisou nossa doutrina e visitou o Centro de Treinamento Missionário e o centro de auxílio humanitário. Conversou com amigos da Igreja e com outros que não eram tão favoráveis a ela. Na entrevista que fez comigo, o repórter parecia sinceramente intrigado, ao perguntar: “Como é que alguém pode não considerá-los cristãos?” Eu sabia que ele estava se referindo à Igreja, mas minha mente formulou a pergunta de modo mais pessoal, e me questionei: “Será que minha vida reflete o amor e a devoção que sinto pelo Salvador?”
Jesus perguntou aos fariseus: “Que pensais vós do Cristo?”2 Na avaliação final, nosso discipulado pessoal não será julgado por amigos nem inimigos. Em vez disso, como Paulo disse: “Todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo”.3 Naquele dia, a pergunta importante para cada um de nós será: “O que Cristo pensa de mim?”
Mesmo com Seu amor por toda a humanidade, Jesus referiu-Se de modo reprovador a alguns a Seu redor, chamando-os de hipócritas,4 insensatos5e praticantes da iniquidade.6 A outros, Ele chamou com aprovação de filhos do reino7 e luz do mundo.8 Com desaprovação, chamou alguns de cegos9 e infrutíferos;10 elogiou outros, chamando-os de limpos de coração11 e ávidos por retidão.12 Lamentou que alguns fossem incrédulos13 e do mundo,14 mas a outros considerou escolhidos,15discípulos,16 amigos.17 Portanto, cada um de nós deve perguntar: “O que Cristo pensa de mim?”
O Presidente Thomas S. Monson  disse que nossos dias estão se afastando “das coisas espirituais (…) [com] os ventos da mudança [soprando] a nosso redor e a fibra moral da sociedade [continuando] a se desintegrar diante de nossos olhos”.18 É uma época de crescente descrença em Cristo e desprezo em relação a Ele e Seus ensinamentos.
Nesse ambiente turbulento, regozijamo-nos por ser discípulos de Jesus Cristo. Vemos a mão do Senhor em toda a nossa volta. Nosso destino está lindamente traçado diante de nós. Jesus orou, dizendo: “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”.19 Ser um discípulo nestes dias decisivos será um distintivo de honra por todas as eternidades.
As mensagens que ouvimos nesta conferência são marcos sinalizadores do Senhor em nossa jornada do discipulado. Ao ouvirmos os discursos, nestes últimos dois dias, e enquanto orávamos por orientação espiritual, e ao estudarmos e orarmos a respeito das mensagens nos dias que virão, o Senhor vai abençoar-nos com uma orientação personalizada por meio do dom do Espírito Santo. Esses sentimentos nos dirigem cada vez mais a Deus, levando-nos a arrepender-nos, obedecer, crer e confiar. O Salvador responde a nossos atos de fé. “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada.”20
O convite de Jesus “vem, e segue-me”21 não é apenas para os que estão preparados para competir em uma olimpíada espiritual. Na verdade, o discipulado não é de forma alguma uma competição, mas um convite para todos. Nossa jornada do discipulado não é uma corrida rápida na pista, nem se compara a uma longa maratona. Na verdade, é uma migração ao longo de toda uma vida para um mundo mais celestial.
Seu convite é uma conclamação a um dever diário. Jesus disse: “Se me amais, guardai os meus mandamentos”.22 “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me.”23 Talvez não estejamos em nossa melhor forma todos os dias, mas se estivermos nos empenhando, o convite de Jesus está repleto de incentivo e esperança: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei”.24
Onde quer que estejam na estrada do discipulado, estão no caminho certo: o caminho que conduz à vida eterna. Juntos podemos erguer e fortalecer uns aos outros nos grandes e importantes dias que estão para vir. Sejam quais forem as dificuldades que enfrentarmos, as fraquezas que nos restringirem ou as impossibilidades que nos rodearem, tenhamos fé no Filho de Deus, que declarou: “Tudo é possível ao que crê”.25
Quero compartilhar dois exemplos de discipulado em ação. O primeiro é da vida do Presidente Thomas S. Monson , demonstrando o poder da simples bondade e do ensinamento de Jesus: “O maior dentre vós será vosso servo”.26
Há quase vinte anos, o Presidente Monson falou em uma conferência geral sobre uma menina de doze anos que estava com câncer. Contou a respeito da coragem dela e da bondade de seus amigos que a carregaram até o alto do Monte Timpanogos, na região central de Utah.
Há poucos anos, conheci Jami Palmer Brinton e ouvi a história de uma perspectiva diferente — a perspectiva do que o Presidente Monson tinha feito por ela.
Jami conheceu o Presidente Monson em 1993, um dia depois de saber que um inchaço que surgira em seu joelho direito era um câncer ósseo de rápido crescimento. Com a ajuda do pai dela, o Presidente Monson deu-lhe uma bênção do sacerdócio, prometendo: “Jesus estará a sua direita e a sua esquerda para erguê-la”.
“Ao deixar a sala dele naquele dia”, contou Jami, “desatei um balão que estava amarrado a minha cadeira de rodas e o dei para ele. ‘Você É o Máximo’, estava escrito nele em letras brilhantes”.
Durante seu tratamento de quimioterapia e a cirurgia para salvar-lhe a perna, o Presidente Monson não se esqueceu dela. Jami disse: “O Presidente Monson foi um exemplo do que significa ser um verdadeiro discípulo de Cristo. [Ele] me ergueu da tristeza para uma grande e duradoura esperança”. Três anos após seu primeiro encontro, Jami foi novamente à sala do Presidente Monson. No final da reunião, ele fez algo que Jami jamais esqueceria. Da maneira prestativa que lhe é característica, o Presidente Monson a surpreendeu com o mesmo balão que ela lhe dera três anos antes. “Você É o Máximo!” proclamava o balão. Ele o guardara, sabendo que ela voltaria a sua sala quando ficasse curada do câncer. Quatorze anos depois de conhecer Jami, o Presidente Monson realizou o casamento dela com Jason Brinton, no Templo de Salt Lake.27
Podemos aprender muito com o discipulado do Presidente Monson. Com frequência, ele lembra as Autoridades Gerais a ter esta simples pergunta em mente: “O que Jesus faria?”
Jesus disse ao líder da sinagoga: “Não temas, crê somente”.28 O discipulado é acreditar Nele nos momentos de paz e nos momentos difíceis, quando nossa dor e temor somente são amenizados pela convicção de que Ele nos ama e cumpre Suas promessas.
Recentemente, conheci uma família que é um belo exemplo de como cremos Nele. Olgan e Soline Saintelus, de Porto Príncipe, Haiti, contaram-me sua história.
Em 12 de janeiro de 2010, Olgan estava no trabalho e Soline estava na Igreja, quando ocorreu um terremoto devastador no Haiti. Seus três filhos, Gancci, de cinco anos, Angie, de três anos, e Gansly, de um ano, estavam em seu apartamento com uma amiga.
A devastação foi terrível em toda parte. Como se lembram, dezenas de milhares perderam a vida naquele mês de janeiro, no Haiti. Olgan e Soline correram o mais rápido que puderam para seu apartamento a fim de procurar os filhos. O prédio de três andares onde a família Saintelus morava tinha desmoronado.
As crianças não puderam escapar. Nenhum trabalho de resgate seria efetuado em um edifício tão completamente destruído.
Tanto Olgan quanto Soline Saintelus tinham servido missão de tempo integral e tinham-se selado no templo. Eles acreditavam no Salvador e em Suas promessas para eles. Ainda assim, ficaram arrasados. Choraram incontrolavelmente.
Olgan me disse que em sua hora mais tenebrosa, ele começou a orar: “Pai Celestial, se for de Tua vontade e se houver apenas um de meus filhos vivo, por favor, ajuda-nos”. Caminhou diversas vezes ao redor do edifício, orando por inspiração. Os vizinhos tentaram consolá-lo e ajudá-lo a aceitar a perda de seus filhos. Olgan continuou a caminhar em volta das ruínas do prédio desabado, tendo esperança e orando. Então, algo extremamente milagroso aconteceu. Olgan ouviu o quase inaudível choro de um bebê. Era o choro de seu bebê.
Por horas, os vizinhos cavaram freneticamente os escombros, arriscando a própria vida. Na escuridão da noite, em meio aos estridentes ruídos de martelos e picaretas, a equipe de resgate ouviu outro som. Pararam de bater e escutaram. Mal conseguiam acreditar no que ouviam. Era o som de um menino — e ele estava cantando. Gancci, de cinco anos, contou mais tarde que sabia que o pai o ouviria se ele cantasse. Sob o peso do concreto esmagador que mais tarde resultaria na amputação de seu braço, Gancci estava cantando seu hino favorito: “Sou um Filho de Deus”.29
À medida que as horas passavam, em meio à escuridão, a morte e o desespero de tantos outros filhos e filhas preciosos de Deus no Haiti, a família Saintelus presenciou um milagre. Gancci, Angie e Gansly foram encontrados vivos sob o edifício em ruínas.30
Os milagres nem sempre são tão imediatos. Às vezes nos perguntamos por que o milagre pelo qual oramos tão fervorosamente não acontece aqui e agora. Mas, se confiarmos no Salvador, os milagres prometidos vão acontecer. Seja nesta vida ou na próxima, tudo será acertado. O Salvador declarou: “Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”.31 “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.”32
Testifico que se O amarem, confiarem Nele, acreditarem Nele e O seguirem, vocês sentirão Seu amor e Sua aprovação. Ao perguntarem: “O que Cristo pensa de mim?” saberão que são Seus discípulos. Vocês são Seus amigos. Por Sua graça, Ele fará por vocês o que não podem fazer por si mesmos.
Aguardamos ansiosamente os comentários finais de nosso amado profeta. O Presidente  Thomas S. Monson foi ordenado apóstolo do Senhor Jesus Cristo quando eu tinha doze anos de idade. Por mais de 48 anos, tivemos a bênção de ouvi-lo prestar testemunho de Jesus Cristo. Testifico que ele hoje é o apóstolo sênior do Salvador na Terra.
Com grande amor e admiração pelos muitos discípulos de Jesus Cristo, que não são membros desta Igreja, declaro humildemente que os anjos retornaram à Terra em nossos dias. A Igreja de Jesus Cristo como Ele a estabeleceu no passado foi restaurada, com o poder, as ordenanças e as bênçãos do céu. O Livro de Mórmon é outro testamento de Jesus Cristo.
Testifico que Jesus Cristo é o Salvador do mundo. Ele sofreu e morreu por nossos pecados e ressuscitou no terceiro dia. Ele ressuscitou. Em um dia futuro, todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Ele é o Cristo.33 Naquele dia, nossa preocupação não há de ser: “Será que os outros me consideram cristão?” Naquele momento, nossos olhos estarão fitos Nele e nossa alma estará fixa na pergunta: “O que Cristo pensa de mim?” Ele vive. Presto testemunho disso em nome de Jesus Cristo. Amém.

Referências   

    Notas

  1.   1. 
    Ver André Petry, “Entre a Fé e a Urna”, Veja, 2 de novembro de 2011, p. 96.
  2.   2. 
    Mateus 22:42.
  3.   3. 
    Romanos 14:10.
  4.   4. 
    Ver Mateus 6:2.
  5.   5. 
    Ver Mateus 23:17.
  6.   6. 
    Ver Mateus 7:23.
  7.   7. 
    Ver Mateus 13:38.
  8.   8. 
    Ver Mateus 5:14.
  9.   9. 
    Ver Mateus 15:14.
  10.   10. 
    Ver Mateus 13:22.
  11.   11. 
    Ver Mateus 5:8.
  12.   12. 
    Ver Mateus 5:6.
  13.   13. 
    Ver Mateus 17:17.
  14.   14. 
    Ver João 8:23.
  15.   15. 
    Ver João 6:70.
  16.   16. 
    Ver João 13:35.
  17.   17. 
    Ver João 15:13.
  18.   18. 
    Thomas S. Monson, “Permanecer em Lugares Santos”, A Liahona, novembro de 2011, p. 82.
  19.   19. 
    João 17:3.
  20.   20. 
    João 14:23.
  21.   21. 
    Lucas 18:22.
  22.   22. 
    João 14:15.
  23.   23. 
    Lucas 9:23.
  24.   24. 
    Mateus 11:28.
  25.   25. 
    Marcos 9:23.
  26.   26. 
    Mateus 23:11.
  27.   27. 
    Jami Brinton, carta para o autor, 27 de janeiro de 2012.
  28.   28. 
    Marcos 5:36.
  29.   29. 
    “Sou um Filho de Deus”, Músicas para Crianças, pp. 2–3.
  30.   30. 
    Extraído de uma conversa com Olgan e Soline Saintelus, em 10 de fevereiro de 2012; ver também Jennifer Samuels, “Family Reunited in Miami after Trauma in Haiti” [Família Reunida em Miami Após a Catástrofe no Haiti] , Church News, 30 de janeiro de 2010, p. 6.
  31.   31. 
    João 14:27.
  32.   32. 
    João 16:33.
  33.   33. 
    Ver Romanos 14:11.



    Discurso de Liahona de maio de 2012 ...

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